Como viajar com a nova realidade do dólar?
Nos últimos meses, o dólar atingiu um novo patamar cambial em relação ao nosso real. Esta realidade causou uma série de dúvidas nos consumidores brasileiros, principalmente quando o assunto é viagem ao exterior.
A verdade é que a maioria dos especialistas concorda que este cenário não deve mudar, pelo menos até o final de 2025. Desta forma, esclarecemos algumas das principais dúvidas, para quem não quer deixar de viajar daqui para frente:
Viajar ou não viajar?
Especialistas afirmam que uma maior valorização do dólar, embora possa assustar em um primeiro momento, não muda de forma significativa o planejamento de viagem de pessoas físicas comuns. Por exemplo: em um pacote de US$ 1.500, uma alta de R$ 0,10 no valor do dólar representaria um prejuízo de R$ 150 para esse turista – o que não inviabilizaria os planos de quem tem férias já programadas.
Além disso, com a moeda americana valorizada, muitos fornecedores de turismo têm definido como estratégia oferecer promoções para compra antecipada, como descontos para pagamentos à vista ou congelamento do dólar.
Esperar ou comprar a viagem agora?
Como não há previsão de baixa significativa da moeda americana em curto prazo, quem tiver intenção de viajar ainda em 2025 ou em datas muito concorridas como Réveillon, Férias de Janeiro e Carnaval, deve comprar o mais rápido possível. Isso porque a relação oferta-procura do turismo é capaz de impactar o preço final de um pacote muito mais do que qualquer oscilação cambial.
Já se os planos de viagem forem para a baixa temporada, pode valer a pena esperar para ver se a moeda baixa um pouco. Nesse caso, aproveite para começar a guardar dinheiro para a viagem e fique de olho nas promoções relâmpago para compra antecipada ou nos descontos para pagamentos à vista.
Qual destino escolher?
Segundo Antônio da Matta, presidente regional da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav), a alta do dólar tem feito muitos turistas optarem por pacotes nacionais: “A procura de pacotes nacionais para o fim do ano cresceu em torno de 6% a 10% nas agências de viagens e os internacionais tiveram queda de 10%”.
Contudo, destinos internacionais ainda são muito procurados, principalmente dentre turistas que já planejavam sua viagem com alguma antecedência: “(o passageiro) demora mais a confirmar as viagens internacionais. Não há, no entanto, cancelamentos.” – conclui da Mata.
Dentre os destinos internacionais, os que não usam o dólar como moeda corrente, como a América do Sul, e os hotéis com regime “tudo incluído” são boas alternativas para evitar maiores gastos extras durante a viagem.
Vale a pena optar por um roteiro mais curto?
Reduzir a duração realmente influencia os custos da viagem, pois serão menos diárias de hotel, menos refeições e menos passeios. Contudo, antes de sair cortando os dias das suas férias, coloque tudo na ponta do lápis e avalie com calma o real impacto dessa economia nos gastos totais. Afinal, duas das maiores despesas não serão reduzidas: as passagens aéreas (apenas em casos de promoções ou uso de milhas) e as compras de viagem (que quase ninguém consegue dispensar). Pode ser que a economia gerada não seja grande o bastante para compensar sacrificar alguns dias do roteiro com o qual você está sonhando.
O que vale a pena, sim, é restringir a quantidade de destinos a incluir no roteiro. Essa é a hora perfeita para fazer a chamada “slow travel”, pois quem viaja sem pressa pode caminhar entre um atrativo e outro, usar o transporte público, fugir dos restaurantes caros “pega turista”, fazer passeios por conta própria, descobrir atrações gratuitas etc.
Quando comprar moeda para a viagem?
A maioria dos economistas recomenda que a compra de moeda estrangeira seja feita de forma gradual, evitando os períodos de maiores altas e conseguindo assim um preço médio do período, como explica Samy Dana, economista e professor da FGV em entrevista ao UOL Economia: “Se você deixar para comprar o dólar na última hora, pode se dar muito bem, caso a moeda caia, mas também pode se dar muito mal, se ela subir. Comprando dólar aos poucos, é possível minimizar o risco”.
Uma maneira prática e segura de comprar dólar aos poucos é fazer um cartão de débito de viagem pré-pago, como o Visa Travel Money. Desta forma, é possível realizar as recargas, além de não precisar guardar grandes volumes de moeda estrangeira em casa.